quinta-feira, 28 de julho de 2016

Museu de Arte do Rio Apresenta: Leopoldina - A Princesa da Indepedência





"Sei que nenhuma mulher jamais estudou mineralogia, pois as mulheres não podem entrar na universidade de modo algum, mas isto não será impedimento para mim!        O que acontecerá é que simplesmente serei a primeira a fazê-lo." Carta de 1816, alguns meses antes do casamento com D. Pedro

Ela jamais havia visto o mar. E o mundo jamais havia visto uma princesa europeia cruzar os mares para desposar um monarca em solo americano. O casamento era um ato político, e não um impulso sentimental. Casou-se por procuração com D. Pedro, em maio de 1817. Em 6 de novembro de 1817, o casal recebeu a benção nupcial, no Rio de Janeiro, quando a princesa desembarcou no Brasil, após 80 dias de viagem.
Uma mulher que, apesar de ter seu casamento arranjado como instrumento de diplomacia e política entre dois impérios do século XIX, o austríaco dos Habsburgo e o português de Bragança - como era de costume na época, contribuiu de maneira definitiva para mudar a situação do Brasil da condição de colônia portuguesa, ajudando a concebê-lo como Nação.
Leopoldina nasceu em Viena-Áustria, em 22 de janeiro de 1797. Ela perdeu sua mãe aos dez anos de idade. Recebeu uma educação rígida, gostava muito de ler e estudar ciências naturais, sobretudo, mineralogia, botânica, zoologia, astronomia e física.   
A partir de sua chegada, o Brasil começa a elaborar um imaginário de si próprio... a abertura dos portos às nações amigas, a Missão Artística Francesa, a Missão Científica Austríaca.
Uma defensora da monarquia absolutista, Leopoldina idealizou o processo de independência do Brasil antes mesmo de D. Pedro.
Aos 24 anos de idade, no dia 2 de setembro de 1822, ela presidiu o Conselho de Ministros que decidiu pela emancipação do Brasil, e que dias depois culminaria com o ato simbólico de D. Pedro às margens do rio Ipiranga, declarando a Independência.  Essa atribuição heroica dada ao príncipe regente, que deixa de lado o importante papel de sua esposa.
Em carta ao pai meses após a Independência, Leopoldina se descreveu “brasileira de coração”: ela foi a grande figura feminina da construção do Brasil independente. Todos os símbolos estavam por criar: a coroa imperial, o cetro, o manto, o novo brasão de armas, o hino composto pelo príncipe e a bandeira, de cores escolhidas pela princesa – o verde dos Bragança e o amarelo da casa Habsburgo, elegendo as cores imperiais como identidade nacional.
A exposição aborda o papel atuante da mulher no contexto político da época....Leopoldina recebeu em agosto de 1826, uma comissão de senhoras baianas que trouxe uma carta manifesto que representava 186 mulheres, da região do recôncavo baiano, que a felicitavam pela parte por ela tomada nas decisões patrióticas do príncipe regente, e também pela sua permanência no Brasil. Vale lembrar, que tal decisão sentenciou sua permanência indeterminada na América, e a total privação do convívio familiar até a sua morte.
Há muito a ser explorado sobre esta mulher...seus interesses...ela adorava fazer longas cavalgadas ao Jardim Botânico, Cosme Velho, Botafogo. Assim como tocava de forma exímia o pianoforte. Seus anseios, sonhos e tristezas...


A infidelidade por parte de D. Pedro que a humilhou profundamente ao levar a amante Domitila de Castro, a Marquesa de Santos, para ser sua dama de companhia, e forçosamente viverem sob o mesmo teto.
Grávida, deprimida e doente, Leopoldina morreu sozinha como regente do império brasileiro. Ela deixou cinco filhos, dentre eles, Dom Pedro II, o futuro Imperador do Brasil, que mal havia completado 1 ano de idade.
No fim da vida, a depressão tomou conta da imperatriz que, além de tudo, estava sem dinheiro. Ela contraiu dívidas com comerciantes para dar conta de suas despesas enquanto Dom Pedro I, sovina, regulava até a despensa da casa e a privava da mesada que seus familiares austríacos mandavam. Isso poderia explicar porque a imperatriz foi enterrada praticamente sem joias, apenas com um brinco simples e sem luxo, supostamente ornado por uma gota de resina, como mostrou a exumação feita recentemente.
Mesmo com sua morte prematura, aos 29 anos e somente nove após sua chegada aqui, Leopoldina inspirou o nome de ruas, cidades, estações de trem e até mesmo escolas de samba. Seu nome ficou intimamente ligado ao Brasil e à cidade do Rio de Janeiro.



Serviço:
http://www.museudeartedorio.org.br/




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